quarta-feira, 31 de março de 2010

Sugestão para a interrupção lectiva - I

Cinderela







Contaminação


Encontra-se no Centro Cultural de Belém, no Museu Berardo, uma exposição antológica da obra de Joana Vasconcelos, até 18 de Maio próximo.
Aproveite estes dias sem aulas para desfrutar da obra da artista. Surpreenda-se com a sua criatividade e espante-se com os materiais que usa nas suas obras.
A sociedade, os quotidianos, a religiosidade, a tradição e a modernidade... são reconstruídos, problematizando a cultura portuguesa e universal.
A não perder!

Luísa Godinho

segunda-feira, 22 de março de 2010

Rosa Coutinho, o Almirante Vermelho



Estamos a aproximar-nos do 25 de Abril, efeméride em que mais uma vez, este ano à sombra das comemorações da República, será lembrada a grandiosidade do movimento dos Capitães de Abril. Rosa Coutinho era um deles, o enviado do MFA a Angola, para "tratar" da descolonização, e possivelmente um escolhido da URSS para a missão. Foi pelas suas mãos que chegaram a Angola armas, e sob a sua direcção que começou a sangrenta Guerra Civil que envergonha o nosso processo de descolonização.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Questionando o Comportamento Humano



Tem este post o propósito de levantar algumas questões sobre o filme inglês com o título original “Good”, a que foi atribuído em Portugal o título “Homem Bom”.
Centrando-se na problemática da ascensão do nazismo, este filme, entre outras questões, coloca o dedo na ferida, ainda hoje cravada na alma da maioria dos alemães em primeiro lugar e dos europeus em geral: Como foi possível? Como “alinharam” os nossos pais e avós neste processo? Lembremos que Hitler chegou ao poder pela via democrática….
Parece-me que não basta explicar o horror do nazismo pela brutalidade das forças repressivas, pelo meticuloso método de controlo do pensamento dos alemães promovido pelo ministério da propaganda de Goebbels, pela pavorosa criação de um clima de medo, pela emotividade dos discursos de Hitler, pelo planeamento do holocausto, pelo tenebroso contributo do sinistro Himmler, pelo apelo ao que há de mais irracional no ser humano em tantos e tantos discursos, filmes, paradas militares …
Muito alemães ainda hoje sentem a necessidade de se justificarem permanentemente, ou através da descrição das circunstâncias em que “as coisas” ocorreram, também se afirma que as pessoas não sabiam o que se estava a passar…Existem ainda alemães que não conseguem falar deste assunto, tal é a dificuldade em verbalizar as perguntas e dúvidas que se lhes colocam perante o nascimento deste monstro no coração de um dos países europeus cultural e civilizacionalmente mais avançados. Para estes alemães e europeus aquelas explicações não são suficientes. É preciso pensarmos nos comportamentos individuais, nos actos do dia-a-dia de cada um de nós, e neste caso dos nossos antepassados recentes… Quanto a mim este filme lança questões para este debate.
Um bom exercício para tentarmos perceber melhor o que se passou e talvez para percebermos se somos Homens (e mulheres) “bons”é colocarmo-nos no lugar daquela personagem “Halder” e imaginarmos o que faríamos nós naquelas circunstâncias?
Teríamos colaborado com aquelas autoridades políticas sem hesitar, como o protagonista do filme? (é claro que a maioria dos alemães não tinha conhecimento do que se estava passar: perseguições, campos de concentração, no entanto, tinham muitas outras informações….) Mas …reparemos que Halder ( Professor universitário, homem reconhecidamente culto e informado) sabia que o seu amigo fora proibido de exercer medicina pelo simples facto de ser judeu! Volto à minha pergunta inicial: Teríamos, nós, dado ajuda aos nossos amigos?
Depois deste exercício se acharmos que não conseguiríamos fazer melhor do que ele, parece-me importante reforçar o nosso espírito de “alerta” o mesmo é dizer o nosso sentido crítico, tornarmo-nos mais “avisados”, informados e corajosos, ou seja mais humanos.
Parece-me que este “Homem do filme”, só aparentemente é bom. Porque é muito hesitante, porque se protege demais, lembremo-nos que a certa altura diz Para Maurice, que lhe pede ajuda…” Mas são eles que estão no poder!”…é como quem diz … Se eles estão no poder eu tenho que colaborar, para me defender, tenho que obedecer, não me posso prejudicar…Trata-se aqui de uma questão moral de enormíssima importância. É aqui que se estabelece a diferença entre um verdadeiro ser Humano e alguém que anda por aí, para defender a sua “vidinha”. Estarei a exagerar?
Claro que Halder (de passagem pelo campo de concentração) descobre a tragédia! Começa a sentir-se muito mal consigo próprio… esta personagem é obviamente muito diferente dos monstros que, com Hitler, organizaram o Holocausto, mas, quanto a mim, este professor universitário personifica os milhões de alemães, europeus, norte-americanos… que também tornaram possível o holocausto.
O que será então um Homem Bom? Fica a pergunta para quem quiser comentar.
Sabemos que algumas pessoas de grande coragem ajudaram de forma muito consequente os seus amigos, e em alguns casos milhares de desconhecidos. Aos meus alunos do 9ºA e 9ºB recomendo o visionamento do filme a “Lista de Schindler” (existe no centro de recursos) e uma pesquisa sobre o nosso Aristides de Sousa Mendes. Os resultados dessa pesquisa podem ser publicados aqui no “Toca a Historiar”.
Isabel Isidoro

segunda-feira, 15 de março de 2010

Palestra sobre o Holocausto


Jardim dos Justos, JerusalémO Dr. Amir Sagie, da Embaixada de Israel, proporcionou à turma do 12º ano de Humanidades uma aula diferente, onde foi tratado o tema do Holocausto.
Relacionando as perseguições aos judeus, no séc. XX, com a subida ao poder do Partido Nazi na Alemanha, retratou a evolução dessas perseguições e referiu-se à Noite de Cristal, às deportações, à criação de guetos e à "Solução Final", com a criação de campos de extermínio.
Na parte final da palestra, o Dr. Amir Sagie destacou a acção e a personalidade de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus que, desobedecendo a Salazar, salvou milhares de judeus com os vistos de entrada em Portugal que passou. Valeu-lhe esta conduta um processo disciplinar, a despromoção, a reforma compulsiva e uma imensa dificuldade em sobreviver com a família de 14 filhos.
Aristides de Sousa Mendes é o único português que faz parte dos "Righteous Among the Nations" (Justos entre as Nações) no Yad Vashem Memorial, em Israel. No Verão passado tive a oportunidade de participar numa cerimónia em sua memória, neste Memorial, onde, no Jardim dos Justos, há um enorme pinheiro com o seu nome.
Após esta palestra tão interessante e as actividades que têm sido desenvolvidas à volta do tema do Holocausto, ficou nos alunos o desejo de conhecer mais sobre a cultura e a religião judaicas.

Luísa Godinho

quinta-feira, 11 de março de 2010

Testemunho de uma experiência na Alemanha de Leste


membro da Stasi, a polícia secreta da RDA




Trabant ou Trabbi, um dos ícons da RDA





A professora Elisete Silva esteve na aula de História do 12ºF a falar-nos sobre a sua experiência de dois anos (1983-85) na antiga RDA, como leitora de Português na Universidade de Economia de Berlim Oriental. Foi muito interessante o seu relato sobre as características do povo, as paisagens, os hábitos de vida, o "controlo" do Estado sobre os cidadãos, o Muro de Berlim...
Mostrou-nos algumas imagens e um chapéu da polícia Stasi, a polícia secreta que empregou largos milhares de alemães e que controlava a acção dos cidadãos de leste.
Os alunos colocaram várias questões e puderam consolidar a matéria dada na aula com este testemunho de quem vivenciou uma realidade histórica e cultural muito particular. Foi uma aula muitíssimo interessante.

Luísa Godinho

domingo, 7 de março de 2010

Palestra sobre Gago Coutinho


Dando continuidade ao propósito de divulgar figuras da história e da cultura portuguesas, foi convidado pelo Grupo de História da nossa Escola o Dr. Rui Pinto, estudioso de Gago Coutinho (1869-1959) , para realizar uma palestra sobre esta figura ímpar.
Os alunos do 12ºF tiveram o privilégio de muito aprender sobre o almirante, navegador, geógrafo, astrónomo, historiador..., sobre a sua vida, as suas travessias aéreas no Atlântico, as suas missões científicas em África, a delimitação de fronteiras (Timor, Angola e Moçambique), o desenvolvimento de sistemas de orientação (adaptação do sextante e criação do "corrector de rumos"), a definição do posicionamento da linha do Equador (com somente 20 metros de erro, segundo medições actuais)... bem como vários aspectos curiosos e pitorescos da sua vida.
O dr. Rui Pinto está a preparar um Doutoramento sobre Gago Coutinho, daí o seu vasto conhecimento sobre este navegador aéreo. No período dedicado às perguntas dos alunos, o professor falou ainda sobre o seu trabalho de investigador, as fontes que utiliza, as dificuldades que enfrenta...
Aconselha-se vivamente a consulta do seu blog http://gagocoutinho.wordpress.com/, pelo interesse da matéria e por toda a documentação aqui disponibilizada.

Luísa Godinho

Base de Dados sobre sociedade portuguesa

Já se encontra disponível em http://www.pordata.pt/ a base de dados sobre os últimos cinquenta anos da sociedade portuguesa.
A Fundação Francisco Manuel dos Santos fez o estudo. António Barreto supervisionou.
A Fundação foi criada em 2009 por Alexandre Soares dos Santos (actual presidente da Jerónimo Martins) e família, em memória de Francisco Manuel dos Santos.
Francisco Manuel dos Santos, de origem humilde, nasceu em 1876, na Beira Alta (Safurdão). Mudou-se para o Porto onde teve uma actividade comercial importante. Em 1921 transfere grande parte dos seus negócios para Lisboa. Com os seus parceiros dos Grandes Armazéns Reunidos, compra a “mercearia fina” Jerónimo Martins, no Chiado.
Ao longo dos anos, Francisco Manuel dos Santos desenvolve e diversifica os seus interesses: cria uma cadeia de lojas de retalho e inicia actividades na área da produção industrial. Morre em 1953.
A Fundação tem como objectivo promover o estudo, o conhecimento, a informação e o debate público, procurando assim contribuir para o desenvolvimento da sociedade, o melhoramento das instituições públicas e o reforço dos direitos dos cidadãos.
Isabel Pinto