quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O presépio português

Presépio de Machado de Castro

Há várias referências escritas sobre a existência de presépios desde o séc. XVI em Portugal. Contudo não ficaram provas materiais dos mesmos. Pensa-se que no séc. XVII o presépio se começou a generalizar nas igrejas portuguesas, mas é do séc. XVIII que datam os famosos presépios barrocos portugueses, fomentados por D. João V, talvez a exemplo do que se fazia em Itália (não nos esqueçamos que o rei tinha uma brigada de espiões pela Europa...). Estes presépios, em barro, têm a originalidade de, para além das figuras principais relacionadas com a Natividade, representarem figuras e cenas tradicionais (moinhos, fornos, lavadeiras, pastores...). O presépio passou a decorar o Natal de igrejas, conventos e casas particulares até ao séc. XIX, caindo em desuso com a introdução da Árvore de Natal (talvez com D. Fernando, marido da rainha D.Maria II). É recuperado no séc. XX, por influência da Igreja e do próprio Salazar, no Estado Novo. Hoje é um elemento muito comum e objecto de colecção (veja-se o caso da Primeira Dama... e eu própria...).

Isto tudo, para vos desejar, a leitores e colaboradores do nosso Blog, um Feliz Natal!!!
Luísa Godinho

1 comentário:

  1. Ao longo dos tempos, em que o Presépio conquistou o seu lugar no Natal português, algumas tradições interessantes, por ventura muitas delas importadas, se foram sedimentando.
    Gostava de destacar algumas:
    1. A contrução faseada do presépio: tornou-se hábito preparar o presépio gradualmente, incluindo as figuras consuante a sua aparição nos textos bíblicos lidos durante a última semana do Advento.
    2. A adoração do Menino: em muitas igrejas, o presépio é montado com um Menino Jesus proximo das pessoas, para que os fiéis possam beijar a figura em sinal de devoção. Infelizmente, esta prática foi desencorajada pela Conferência Episcopal Portuguesa, devido à Gripe A.
    3. Recreações na Missa do Galo: por todo o país, e também noutros países do mundo, há, durante a missa do Galo, após a leitura do Evangelho (que descreve sempre a Natividade) e da homilia, uma recreação teatral do Presépio.

    Um santo Natal para todos,

    Diogo (12 F)

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