Um artigo curioso... Todavia, ainda é mais curioso que em vésperas de centenário da República o partido monárquico venha em cena com uma proposta para referendar a monarquia...
Acha curioso? Curioso é um regime proibir o seu povo de escolher, tal como o regime republicano faz, proibindo o referendo à forma de regime.
Se é essencial, acredito que não, porque se calhar ficaríamos na mesma como a lesma, na república, mas é imperativo que se permita o referendo para bem da democracia.
Parido monárquico, qual será? Refere-se ao PPM, esse partidozeco que representa uma mínima parte dos monárquicos?
Convém lembrar que ser monárquico é tal e qual ser republicano: não implica ser de esquerda ou direita. Ser monárquico não obriga a filiação em nenhum partido, e permite-nos ser socialistas, democratas-cristãos, liberais, etc.
Deixo aqui algumas ideias para debate. Não me identifico com tudo o que aconteceu durante a revolução republicana de 1910, no entanto recorde-se que o país estava alheado do mundo e do desenvolvimento cultural, apesar da linhagem dos "Braganças" se destacar pelo seu apego à cultura! Mas... sem a prespectiva da cultura para todos. Aqui reside a grande diferença: com a revolução republicana passa-se do primado da hierarquia baseada no nascimento para a hiearquia com base na competência. Apesar de não me identificar com alguns dos radicalismos praticados, tenho que considerar que esta revolução provocou uma autêntica ruptura civilizacional, com a laicidade do Estado, com a ideia, perfeitamente inovadora no Portugal da época, de Escola Pública e laica, com a recusa de uma escola que servia para criar cidadãos obedientes. Pela primeira vez se pensou na formação e valorização dos professores como uma mais- valia para o país... O impacto cultural da revolução republicana foi espantoso. Pouco décadas antes a monarquia tinha encerrado as "conferências do casino" após a república é ver a quantidade de revistas que dinamizaram o debate e o pensamento da intelectualidade portuguesa. Desejo que as comemorações do centésimo aniversário, com as publicações que se esperam e o debate de ideias necessário contribua para o melhor conhecimento desse período da nosso património histórico e cultural, que contribua também para o melhor compreender do "HOJE". A República gerou o caos e a ingovernabilidade...não resolveu os problemas económicos gravíssimos... foi muito extremista em relação à igreja...mas, insisto, fez uma ruptura civilizacional fundamental...é principalmente este lado que comemoro. Isabel Isidoro
100 anos de ruptura, seria um bom tema, sem dúvida. De ruptura com a decência, também.
45 governos em 16 anos na 1ª República, homicídios e repressão; ditadura militar de 28 a 33; ditadura do Estado Novo de 33 a 74; pseudo-ditadura militar em 74 e 75; corrupção extrema das instituições do Estado (vários deputados, presidentes da República, primeiros-minitros envolvidos em escândalos judiciários). Valerá a pena comemorar?
Um artigo curioso...
ResponderEliminarTodavia, ainda é mais curioso que em vésperas de centenário da República o partido monárquico venha em cena com uma proposta para referendar a monarquia...
Acha curioso? Curioso é um regime proibir o seu povo de escolher, tal como o regime republicano faz, proibindo o referendo à forma de regime.
ResponderEliminarSe é essencial, acredito que não, porque se calhar ficaríamos na mesma como a lesma, na república, mas é imperativo que se permita o referendo para bem da democracia.
Parido monárquico, qual será? Refere-se ao PPM, esse partidozeco que representa uma mínima parte dos monárquicos?
Convém lembrar que ser monárquico é tal e qual ser republicano: não implica ser de esquerda ou direita. Ser monárquico não obriga a filiação em nenhum partido, e permite-nos ser socialistas, democratas-cristãos, liberais, etc.
Deixo aqui algumas ideias para debate.
ResponderEliminarNão me identifico com tudo o que aconteceu durante a revolução republicana de 1910, no entanto recorde-se que o país estava alheado do mundo e do desenvolvimento cultural, apesar da linhagem dos "Braganças" se destacar pelo seu apego à cultura! Mas... sem a prespectiva da cultura para todos.
Aqui reside a grande diferença: com a revolução republicana passa-se do primado da hierarquia baseada no nascimento para a hiearquia com base na competência. Apesar de não me identificar com alguns dos radicalismos praticados, tenho que considerar que esta revolução provocou uma autêntica ruptura civilizacional, com a laicidade do Estado, com a ideia, perfeitamente inovadora no Portugal da época, de Escola Pública e laica, com a recusa de uma escola que servia para criar cidadãos obedientes. Pela primeira vez se pensou na formação e valorização dos professores como uma mais- valia para o país... O impacto cultural da revolução republicana foi espantoso. Pouco décadas antes a monarquia tinha encerrado as "conferências do casino" após a república é ver a quantidade de revistas que dinamizaram o debate e o pensamento da intelectualidade portuguesa.
Desejo que as comemorações do centésimo aniversário, com as publicações que se esperam e o debate de ideias necessário contribua para o melhor conhecimento desse período da nosso património histórico e cultural, que contribua também para o melhor compreender do "HOJE".
A República gerou o caos e a ingovernabilidade...não resolveu os problemas económicos gravíssimos... foi muito extremista em relação à igreja...mas, insisto, fez uma ruptura civilizacional fundamental...é principalmente este lado que comemoro.
Isabel Isidoro
100 anos de ruptura, seria um bom tema, sem dúvida. De ruptura com a decência, também.
ResponderEliminar45 governos em 16 anos na 1ª República, homicídios e repressão; ditadura militar de 28 a 33; ditadura do Estado Novo de 33 a 74; pseudo-ditadura militar em 74 e 75; corrupção extrema das instituições do Estado (vários deputados, presidentes da República, primeiros-minitros envolvidos em escândalos judiciários). Valerá a pena comemorar?